Governo de AL anuncia maior volume de investimentos da história em 2021; veja origem dos recursos
Agendaa 21 de janeiro de 2021
Cerca de R$ 3,5 bilhões – para ser mais preciso, R$ 3.461.482.695.
Esse é o volume de recursos próprios que o Governo do Estado anunciou que deve investir diretamente em novos projetos e obras em andamento em Alagoas neste ano de 2021 previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA), sancionada pelo governador Renan Filho na segunda passada.
Na prática, trata-se do maior montante de recursos já investido pelo governo estadual na história do Estado – que, nas últimas décadas, mal conseguia manter o equilíbrio para arcar com custos correntes de folha e outros gastos, sobrando quase nada para obras.
Mas, afinal, qual a origem desses recursos? Será que somente o esforço fiscal realizado pelo governo nos últimos anos seria suficiente para garantir essa verba?
Segundo apurou AGENDA A, os cerca de R$3,5 bilhões para investimentos teriam origem, basicamente, em três fontes.
Uma pequena parcela desse (cerca de R$ 267, 6 milhões), seria oriundo de transferências – via projetos do Governo Federal e emendas parlamentares.
Outra parcela um pouco maior, de R$ 383,5 milhões, viria das operações de crédito – parcelas de empréstimos como o da Corporação Andina de Fomento (CAF), que liberou ano passado mais de 136 milhões de dólares para obras de infraestrutura no Estado, como o trecho da duplicação da AL 101 até a Barra de Santo Antônio.
O grosso do volume, que soma mais de R$ 2,8 bilhões de reais, seria, contudo, de recursos próprios do governo.
Segundo o governo, desses R$ 2,8 bilhões, cerca de R$ 800 milhões teriam origem no caixa do governo, fruto do esforço fiscal e de reservas turbinadas por medidas favoráveis ao Estado (como suspensão temporária de pagamento da dívida com o Governo Federal).
Já os outros R$ 2 bilhões, que representam quase dois terços de todo o investimento, viriam do valor da outorga pagos pela BRK Ambiental, que venceu a licitação para assumir o serviço de distribuição de água e saneamento da região metropolitana de Maceió.
Ou seja: quase dois terços do total de investimentos têm como fonte o prêmio pago pela maior concessão de serviços públicos do Estado.
Economistas ouvidos por AGENDA A lembram, contudo, que, apesar de o governo ter o maior caixa da história para gastar em obras no Estado, o grande desafio será conseguir executar esses investimentos – já que, mesmo tendo o recurso, a capacidade de execução é o grande gargalo de todos os governos diante dos entraves da máquina pública.
Além disso, a disponibilidade desses recursos em véspera de ano eleitoral, exigirá, é claro, atenção ainda mais redobrada sobre o retorno de cada real gasto – até por que, com o anúncio desse volume de investimentos, os tradicionais “grupos de interesse” no Estado já estão de olho em como abocanhar uma fatia desses recursos.