Cana, eucalipto e… bambu: cofundador da aérea Azul estuda centro de produção da planta em AL

Agendaa 18 de julho de 2017

Ele nasceu em Salt Lake City, nos Estados Unidos, é cofundador da companhia aérea azul (acompanhou o irmão David Neeleman na abertura da empresa) e agora quer disseminar a plantação de bambu no país, inclusive em Alagoas, como alternativa a produtos que usam madeira de árvores de florestas.

Nesta segunda-feira, o empresário Mark Neeleman, criador da empresa com foco no uso de bambu Bamazon, com atuação no Acre, esteve em Alagoas para conversar com empresários e representantes do governo para avaliar a possibilidade de investir na plantação e até de uma fábrica de produtos derivados do bambu no Estado.

“Fui bem recebido e acredito que temos boas chances de desenvolver projetos no Estado”, disse Mark Neeleman, após reuniões com empresários e com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Helder Lima, que apresentou os incentivos fiscais do Estado. “Como o grande problema do Brasil são os altos impostos, contar com apoio para fabricar com custo menor e maior eficiência é essencial”. 

De acordo com o empresário norte-americano, Alagoas é um dos Estados no país com maior potencial para se transformar em um grande produtor de bambu como alternativa à cana e até mesmo ao eucalipto. “Hoje a gente usa a madeira quando poderia usar o bambu, uma das plantas que crescem em maior velocidade na natureza”, diz Neeleman. “E acredito que Alagoas é um bom lugar para produção, como um ponto de fácil acesso para uma produção sustentável”.

Apesar de não querer anunciar qual a chance real de o Estado receber investimentos da empresa, Neeleman disse à AGENDA A que, além de Alagoas, a empresa só prospectou áreas nos Estados do Pará, Ceará e no próprio Acre, onde a Bamazom já atua. Segundo Neeleman, contudo, o projeto prevê investimentos em mais de um Estado do país. “O mais importante para a instalação de uma fábrica é ela estar encravada em uma área com pelo menos 3 mil hectares de plantação de bambu”, diz o empresário.

Independentemente da concretização do negócio de Neeleman, o interesse pelo Estado é mais uma prova de que Alagoas poderia, com a estratégia adequada, se tornar um polo verde de recursos renováveis – da cana-de-açúcar voltada o etanol de segunda geração à produção de madeira de eucalipto ou materiais de construção certificados de Bambu.

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