Cinema alagoano: investimento de R$ 15 milhões pode criar polo audiovisual no Estado

Agendaa 30 de janeiro de 2019

Ao menos na área cultural, Governo do Estado, Prefeitura de Maceió e Prefeitura de Arapiraca deram uma lição, nesta terça (29), de como é possível deixar de lado mesquinharias partidárias para garantir a aplicação do maior volume de recursos já captado para o cinema alagoano: mais de R$ 15 milhões.

A quantia, que deve superar, por exemplo, todo o orçamento de investimento direto da Secretaria Estadual de Cultura nos últimos quatro anos, é resultado da política de financiamento da Agência Nacional de Cinema (Ancine) – que oferece como contrapartida um valor cinco vezes maior (no caso de Arapiraca, seis vezes) para cada real de recurso investido no audiovisual por governos estaduais e municipais.

Com a contrapartida, os investimentos de mais de R$ 1,3 milhão da Secretaria Estadual de Cultura, de R$ 1 milhão da Fundação Municipal de Cultura de Maceió e R$ 150 mil da secretaria municipal de cultura de Arapiraca representarão, ao final, R$ 15,2 milhões disponíveis em editais que podem representar um pontapé para a criação de um polo audiovisual em Alagoas.

“Além de representar um investimento histórico na área cultural, esse recurso tem o potencial de alavancar em Alagoas uma indústria que já representa 0,5% do PIB brasileiro”, diz o secretário estadual de cultura, Paulo Poeta. “E a reunião nesta quarta foi histórica pela definição de uma agenda comum para fortalecer esse setor”.

O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Vinicius Palmeira, diz que essa coordenação é um pré-requisito essencial para o arranjo local. “Como esses recursos representam um salto imenso para a produção local, esse diálogo é fundamental não apenas para harmonizar os editais, como para garantir a boa execução desses recursos”, diz Palmeira. “Afinal, como os editais devem garantir a produção de dezenas de curtas e ao menos seis longas (com orçamento inicial previsto de R$ 1,2 milhão para cada longa), era preciso também destinar recursos para a capacitação técnica do mercado local”.

Segundo o secretário Estadual de Cultura, Paulo Poeta, os programas de capacitação incluem desde a criação de uma Escola Livre de Cinema que ofereça cursos no Estado, como também o fortalecimento de festivais de cinemas já existentes, como o de Penedo, além de outros como o de Arapiraca, representada na reunião pela secretária Rosangela Benigna. “Não se trata apenas de um investimento na cultura alagoana, mas de um investimento em um setor importante na chamada economia criativa que empregará centenas de profissionais entre técnicos, atores, figurinistas, músicos, enfim, uma cadeia que inclui profissionais de diversas áreas”.

De acordo com Felipe Chaves Guimarães, representante do Fórum Setorial do Audiovisual de Alagoas, o desafio agora é aproveitar esse aporte de recursos para consolidar o mercado e garantir a continuidade de investimentos futuros no setor. “Como esse investimento representa um salto importante na produção audiovisual alagoana, temos que trabalhar agora para que ele seja, de fato, um marco na consolidação e profissionalização que garanta a continuidade de investimentos no setor”.