Ufal desenvolve tecnologia para MP da Paraíba monitorar crimes virtuais nestas eleições

Agendaa 10 de novembro de 2020

Em meio a milhares de postagens diárias de centenas de candidatos nas redes sociais, como conseguir colher provas da autoria de mensagens criminosas contendo ameaças e outros crimes que, muitas vezes, são apagadas logo em seguida pelos candidatos ou seus apoiadores?

Para auxiliar as investigações de crimes cometidos nas redes sociais nessas eleições, o Ministério Público Estadual da Paraíba solicitou aos pesquisadores do Laboratório de Estatística e Ciência de Dados da Universidade Federal de Alagoas, o LED, uma ferramenta que não apenas facilitasse o acesso ao banco de dados das redes sociais dos candidatos, como também o resgate de mensagens e de provas digitais para as investigações dos promotores.

Com nome de “Monitora77” (número de zonas eleitorais na Paraíba), a primeira versão da ferramenta apresentada nesta terça (10) aos promotores foi desenvolvida pelos estudantes José Augusto, do curso de Engenharia da Computação da Ufal, Maurício Maciel, do curso de Matemática da Ufal, sob a chefia do professor Adriano Barbosa, ex-pesquisador da Ufal que continua integrado ao LED (e atualmente ensina na Universidade de Grande Dourados).

“Esse projeto tem como missão usar o conhecimento acumulado pelo LED no processamento e análise de grandes bases de dados para ajudar o Ministério Público a realizar de forma mais efetiva seu trabalho”, diz o professor do Instituto de Matemática da Ufal, Krerley Oliveira, coordenador do laboratório que tem se tornado referência em várias áreas, inclusive em ferramentas inteligentes de monitoramento da Covid-19. “Em parceria com o Ministério Público, teremos condições de aperfeiçoar ainda mais ferramentas que facilitem a identificação de manipulações, anomalias e o uso de robôs em redes de candidatos”.

Para a promotora eleitoral do MP da Paraíba, Dulcerita Alves, a parceria com a Ufal foi essencial, inclusive, pela resposta rápida que permitirá o uso da ferramenta ainda no primeiro turno. “Ficamos extremamente felizes e satisfeitos não apenas pela parceria com pesquisadores e estudantes de uma universidade pública como a Ufal, como pelo retorno rápido dos pesquisadores e estudantes que nos atenderam em tempo recorde”, diz a promotora, que diz pretende estreitar essa parceria inclusive para investigação de outras áreas, como violência contra mulheres no ambiente online, por exemplo.