Nova sugestão de presente às crianças: criar no Alagoinha um observatório da nossa vida marinha

Agendaa 12 de outubro de 2018

Nem sempre é necessário fazer grandes reformas ou obras faraônicas para tornar uma cidade mais humana.

Há exatamente um ano, AGENDA A postou um artigo (leia aqui) sugerindo a reabertura à população dos 55 hectares do antigo horto florestal – fechado ao público nos anos 1990 quando se transformou em sede burocrática do Ibama.

Ao que tudo indica, a Prefeitura de Maceió aprovou a ideia e, após um acordo de cooperação técnica entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Semds) e o Ibama, reabriu o parque ao público no dia 29 de setembro, inicialmente apenas aos sábados (visitas durante a semana precisam ser agendadas).

Quem esteve sábado passado por lá pôde constatar como o maceioense aprovou a reabertura com a presença de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos que passaram a contar com uma nova opção de lazer no final de semana em Maceió.

Um ano depois, no mesmo Dia das Crianças, AGENDA A lança uma nova sugestão, dessa vez para o Governo do Estado.

Como o próprio governo sabe, o projeto herdado ainda da outra gestão que está sendo construída no antigo Alagoinha, do chamado Marco Referencial do Turismo, foi, desde o início, alvo de controvérsia por ter nascido pronto, sem ouvir urbanistas, arquitetos, enfim, sem consultar sequer biólogos sobre sua adequação ambiental.

Após readequações, o fato é que a obra já está sendo erguida com previsão para restaurantes, lojas, cafés e outros espaços de lazer.

Ao menos até agora, contudo, não houve anúncio de sequer um espaço dedicado a valorizar a diversidade de vida marinha dos arrecifes de corais que vivem no entorno.

Será que uma capital que tem o privilégio de contar com uma orla urbana encravada em uma costa de corais não deveria ter um espaço dedicado a explicar a importância dos corais para a diversidade da vida marinha e formação de nossas piscinas naturais – com monitores estagiários treinados pelo IMA (e apresentações visuais como algumas exibidas na SBPC de Maceió este ano)?

Enfim, num momento em que a indústria do turismo exige cada vez mais experiências com conteúdo autêntico, a criação de um espaço dedicado à diversidade de nossa vida marinha tem tudo para ser, sim, um marco referencial – e diferencial – não apenas para os visitantes, como para milhares de estudantes entediados com aulas de Biologia trancados em salas — bem ao lado de um dos mais ricos cenários de vida marinha da costa brasileira.

por Rodrigo Cavalcante