Maiores artistas de grafite do país vem a Maceió transformar trem urbano em obra de arte

Agendaa 12 de junho de 2015

Ao menos uma vez por dia, às 10h30, o velho trem de ferro a diesel (que divide os trilhos com o moderno VLT) continua partindo de Maceió para o seu destino final, em Lourenço Albuquerque, por 32 km de extensão ferroviária.

Semana que vem, o trem segue o mesmo trajeto, exceto por um detalhe: os sete vagões que compõem o “trem do sururu” (como também é chamado) estarão coloridos por grafites de artistas reconhecidos mundialmente.

É que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Maceió (CBTU) vai receber, do dia 15 ao dia 18 de junho, o projeto itinerante “WholeTrain” (dos gêmeos paulistanos Gustavo e Otávio Pandolfo, referências na arte urbana mundial).

Nos últimos 15 anos, a dupla de irmãos conhecida como “Osgêmeos” já pintaram trens de São Paulo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, João Pessoa, Natal e Vitória com o projeto, que tem como proposta levar arte para o máximo de pessoas possível. Os muros pintados por eles na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, entraram numa lista do jornal inglês “The Guardian”, entre os dez melhores trabalhos de rua do mundo, em 2011.

Em Maceió, a ideia original deles era pintar o moderno VLT, o que terminou não sendo viável. “Como os vagões de VLT de fibra e alvos constante de vandalismo, a pintura poderia não resistir”, explica Leyla Macedo, a assessora da CBTU.

Seguindo a tradição do projeto em outras cidades, a dupla deve se inspirar em ícones da cultura local para os grafites. “Lançamos a ideia de que estamos comemorando os 200 anos de Maceió, mas ainda não sabemos exatamente o que eles vão fazer aqui”, explica Leyla.

Durante o período da intervenção dos artistas – que trarão ainda convidados do Brasil, Estados Unidos e Europa – o público poderá conferir o grupo em ação na estação ferroviária de Maceió, localizada na Rua Barão de Anadia, no centro, das 10h às 17h. “Eles trabalharão em uma área isolada, mas à vista do público que estiver passando na Estação”, diz Leyla.

 

Por Lívia Vasconcelos

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