Especialistas em história da escravidão no Brasil desembarcam em Maceió para evento na Ufal

Agendaa 8 de dezembro de 2016

A base da economia de Alagoas, do Nordeste e do Brasil durante quase quatro séculos dependeu do comércio de dois produtos: açúcar e… escravos.

Isso mesmo, quase 4 milhões de escravos (em estimativas modestas) desembarcaram como “peças” em portos brasileiros, o que equivaleria a cerca de 40% de todos os africanos enviados para trabalhar em todas as Américas.

Mas, por trás das estatísticas, quem eram essas pessoas? Como elas viviam antes de serem escravizadas? Que indivíduos atuavam como intermediários desse comércio? Como era o cotidiano da viagem? Como os cativos se adaptavam ao novo país? Quais as marcas desse legado hoje no Brasil, no Nordeste e em Alagoas?

Alguns dos maiores especialistas sobre escravidão no Brasil discutirão estes temas a partir de hoje em Maceió no II Encontro África-Brasil aberto às 18h no auditório do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes da Ufal – como parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite).

Entre os convidados para o encontro, estão historiadores como Jaime Rodrigues, autor de O Infame Comércio e De Costa a Costa, Suely Almeida, pesquisadora da escravidão em Pernambuco, Mariza Soares, pesquisadora da identidade afro-brasileira, entre outros (veja a programação completa abaixo).

O encontro é promovido pelo Núcleo de Estudos Sociedade, Escravidão e Mestiçagem, NESEM, que fomenta o estudo sobre a sociedade e a escravidão em Alagoas e Pernambuco na Colônia e no Império. ”Nosso objetivo é conseguir reunir pesquisas diversas que consigam dar conta de um panorama amplo do que foi a vinda do negro para o Brasil, sua contribuição na sociedade e como ele foi inserido após o declínio da escravidão”, diz o coordenador do núcleo e professor de História da Ufal, Gian Carlo de Melo Silva. “São temáticas que vão desde a organização das sociedades africanas e seu papel no envio de escravos para as Américas, passando pela presença do escravo no cotidiano das ruas e da casa até chegar nas lutas por inclusão social e reconhecimento no século XX e XXI”.

Confira abaixo programação:

 

II Encontro África-Brasil

Local: Auditório o Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes da Ufal.

 

8/ 12 às 18h

Mesa 1 – Àfrica, Africanos e o Comércio de Escravos  

Flávia Carvalho, Suely Almeida, Mariza Soares

 

9/12 às 16h

Mesa 2 – Sociedade e Cotidiano Escravista no Brasil Colonial e Imperial 

Jaime Rodrigues, Gian Carlo, Moisés Silva, Ana Borges

19h

Mesa 3 – Os Afrodescendentes no Século XX e XXI

Gustavo Gomes, Valéria Costa, Roberta Franca, Martha Rosa 

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