Será que a eleição de Bolsonaro vai afetar a economia alagoana? Confira aqui

Agendaa 29 de outubro de 2018

É bom se preparar.

Alagoas, que chegou a ter dois ministros no Governo Temer (Marx Beltrão, no Turismo, e Maurício Quintella, nos Transportes) dificilmente terá o mesmo poder de interlocução (assim como outros Estados do Nordeste) no novo governo eleito de Jair Bolsonaro.  

Sem um setor privado pujante e com uma economia dependente de repasses federais como os do Fundo de Participação dos Estados (FPE, que já vem sendo reduzido nos últimos meses), até que ponto a nova presidência pode afetar questões importantes para o Estado como  a renegociação da dívida ou a demanda do Estado por ressarcimento do débito do Governo Federal com a Ceal?

“Como o processo de renegociação da dívida do Estado foi consolidado e já existe um entendimento judicial em torno da negociação do débito do Governo Federal com a Ceal, não acredito que exista uma ameaça específica da eleição do novo presidente para a economia alagoana”, diz o secretário estadual da Fazenda George Santoro. “As ameaças que existem são oriundas, na verdade, da deterioração do quadro fiscal brasileiro como um todo, o que deve afetar não apenas Alagoas, mas todos os Estados da Federação”.

Segundo Santoro, somente quando o futuro Ministro da Fazenda, Paulo Guedes, definir com mais detalhes os rumos da política fiscal, assim como o formato de reformas necessárias como a da previdência, será possível ter uma noção do impacto da nova gestão sobre as contas do Estado. “Como já havia a previsão de um cenário difícil no próximo ano decorrente da situação fiscal do país, independentemente de quem vencesse a eleição, o governo do Estado mantém seu foco no controle rigoroso dos gastos e na modernização da máquina pública para aumentarmos a eficiência na prestação de serviços e estimularmos investimentos privados via parcerias”, diz Santoro.

Ou seja: até meados do ano que vem, é improvável que o caixa de Alagoas, assim como o da maioria dos Estados do país, conte com alguma margem para atender demandas de reajustes salariais de categorias de servidores ou para a realização de grandes investimentos com recursos próprios.