Empresas pagam mais de R$ 1,6 bi em leilão de saneamento de 61 cidades do interior de Alagoas

Agendaa 13 de dezembro de 2021

Os consórcios Alagoas e Mundaú foram os grandes vencedores do leilão de concessão dos serviços de abastecimento de água e esgoto dos chamados Bloco B (Agreste e Sertão) e Bloco C (Zona da Mata e Litoral Norte), incluindo 61 cidades do interior do Estado, realizado pelo Governo do Estado em parceria com o BNDES na tarde desta segunda (13), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.

Ao todo, os dois consórcios pagaram R$ 1,645 bilhão em valor de outorga no leilão.

O Consórcio Alagoas, liderado pela empresa paulista Allonda, com sede em Barueri, e Conasa Infraestrutura, de Santa Catarina, foi o que fez o maior (e mais surpreendente) lance para arrematar a concessão de serviços das cidades do Bloco B: pagou R$ 1 bilhão e 215 milhões para arrematar os bloco que tinha valor mínimo de outorga de R$ 3,3 milhões. 

Ou seja: um ágio de mais de 37 500% para assumir o saneamento de 34 cidades do Agreste e do Sertão, sem incluir Arapiraca (que ficou de fora do leilão por divergências políticas).

Já o Consórcio Mundaú, formado pelas empresas Cyme e Aviva, pagou R$ 430 milhões de outorga para arrematar o Bloco C, que inclui cidades 27 municípios da Zona da Mata e do Litoral Norte do Estado, cujo valor mínimo de outorga era de R$ 32,4 milhões.

Além do valor da outorga, o BNDES, que estruturou o projeto de concessão, estima que os investimentos totais em infraestrutura de saneamento das cidades cheguem a R$ 2,9 bilhões, sendo R$ 1,6 bilhão nos primeiros cinco anos.

Como já havia adiantado na manhã desta segunda o editor do site AGENDA A, Rodrigo Cavalcante (em comentário na Rádio Nova Brasil Maceió FM), uma das grandes surpresas do leilão foi a ausência da BRK Ambiental, que pagou em setembro do ano passado mais de R$ 2 bilhões para assumir o saneamento da região metropolitana de Maceió – e não fez sequer uma oferta no leilão da tarde desta segunda. Outra ausência no leilão foi da Equatorial, que vem disputando o mercado de saneamento e venceu em setembro passadoo leilão do Amapá com uma outorga de R$ 930,8 milhões. Como as duas empresas já operam em Alagoas (e, em tese, teriam mais vantagens competitivas frente às concorrentes), alguns analistas de mercado indicavam as duas como favoritas no leilão desta segunda.

O leilão contou com a presença do governador do Estado, Renan Filho, do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, dos secretários estaduais George Santoro (Fazenda) e Maurício Quintella (Infraestrutura), além de prefeitos dos blocos leiloados.