Construção: Maceió ganha escritório com tecnologia que simula detalhes e até orçamento obras

Agendaa 12 de dezembro de 2019

Imagine se um construtor pudesse não apenas visualizar no computador detalhes do projeto arquitetônico de uma edificação, como integrar e simular todas as etapas da construção (incluindo planta elétrica, hidráulica, materiais e orçamento de cada item) num mesmo modelo?

O Building Information Modelling (BIM), em português, Modelagem da Informação da Construção, é uma tecnologia que não apenas permite esse detalhamento, como começa a ser difundida no Brasil e em Alagoas por meio da abertura de escritórios especializados.

Esse é o caso do Infra Studio Arquitetura e Engenharia, aberto pelo arquiteto e urbanista Felipe Vasconcelos em parceria com o engenheiro civil Danillo Oliveira, voltado para a aplicação do método para o planejamento executivo de obras públicas e privadas.

“Mais do que uma nova tecnologia, o BIM é um marco para a modernização da construção civil no Brasil e em Alagoas, onde várias construtoras já estão aderindo ao método”, diz Felipe Vasconcelos, que tem entre seus clientes construtoras como a Telesil Engenharia e V2 Construções. “E uma de nossas missões no Estado é difundir o método que já está se tornando obrigatório em muitos projetos de obras públicas em várias capitais do país”.

Filho do empresário alagoano Helio Vasconcelos, responsável pela criação do Aldebaran e hoje radicado no Rio Grande do Sul, onde desenvolveu vários projetos de loteamentos e condomínios, Felipe desde cedo trabalhou em projetos de bairros planejados ao lado do pai. Em meio ao desenvolvimento de um desses projetos, em 2012, ele teve contato pela primeira vez com a metodologia BIM para ter uma melhor previsão de orçamento das obras. “Fiquei impressionado com o nível de detalhamento da tecnologia capaz de mostrar com clareza possíveis entraves entre os diversos projetos de engenharia, o que permite realizar um planejamento executivo e orçamento mais preciso.”

Ao retornar a Maceió poucos anos atrás, ele decidiu estudar o modelo a fundo chegando a usá-lo numa pesquisa de conclusão do curso de Arquitetura para simular a construção de um novo bairro que abrigasse os moradores do bairro do Pinheiro. “O desafio da simulação do modelo serviu também como um grande treinamento para explorarmos em detalhes todos os recursos da tecnologia que pode reduzir até 15% do custo final de uma obra”, diz Felipe.  

Não à toa, um decreto do Governo Federal de maio de 2018 tornou a plataforma BIM parte de uma estratégia que visa incentivar o uso da tecnologia em âmbito nacional evitando retrabalho, desperdício e os recorrentes aditivos que chegam a dobrar o custo de muitas obras públicas – cujos orçamentos nebulosos ou superfaturamentos poderão ser ainda mais facilmente identificados com o uso da tecnologia.