Construção: apesar da pandemia, cooperativa alagoana se consolida como uma das maiores do Brasil

Agendaa 17 de julho de 2020

Mesmo em meio à pandemia, a compra de insumos para a construção civil em Alagoas não parou de crescer.

De acordo com dados da Secretaria da Fazenda divulgados esta semana, boa parte da retomada do crescimento nominal de 13% da economia alagoana no mês de junho não se deu graças apenas a setores esperados como o de supermercados, que teve um incremento de 27%, e hipermercados (42%), mas de um aumento ainda maior em segmentos como material de construção (57%) e de outros insumos, como o comércio atacadista de cimento, que cresceu impressionantes 87% em junho passado segundo dados da Sefaz. “Essa expansão no comércio atacadista de cimento foi uma das mais surpreendentes e revela a força da construção civil no Estado”, diz o secretário estadual da Fazenda George Santoro.

Em Alagoas, boa parte dos insumos para a construção civil local é adquirida via sistema de cooperativa por meio da Copercoon AL, criada em 2007 para permitir que as construtoras alagoanas conseguissem reduzir custos e obter melhores preços em função do maior volume de compra ofertado. 

De lá para cá, a expansão da intermediação de compras da cooperativa, que hoje responde por cerca de 65% das obras do mercado imobiliário alagoano (mais de 100 obras em andamento) com mais de 30 grandes grupos cooperados (incluindo as maiores construtoras do Estado), fez a Copercoon AL ultrapassar a do Ceará como maior cooperativa da construção civil do país do Brasil em volume nominal de negócios em 2019.

“Não seria exagero dizer que o trabalho da cooperativa mudou o patamar e a competitividade não apenas para seus associados, mas para todo o setor da construção civil em Alagoas”, diz Caetano Ximenes, diretor técnico da construtora Record, uma das empresas cooperadas.

Para Felipe Cavalcante, fundador da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit Brasil), que presidia a Ademi em 2007, quando estimulou a criação da Coopercon, a cooperativa alagoana só atingiu esse patamar de negócios graças à união de grandes empresas no mercado local e à gestão executiva do diretor Marcos Vital, à frente da Coopercon desde a fundação. “Como economista e administrador com experiência no mercado alagoano, Vital ajudou a estabelecer um novo padrão de negociação com os fornecedores que garantiu preços baixos para o mercado com regras claras, transparentes e éticas de negociação”, diz Cavalcante. 

Até o ano passado, a cooperativa já intermediou mais de R$ 300 milhões em compras e, mesmo em meio à pandemia, conseguiu crescer 33% nos primeiros cinco meses deste ano. 

“Apesar de ser um ano duro em vendas para o mercado, a construção civil, como atividade essencial, terminou sendo fundamental para minimizar os danos causados à economia do Estado”, diz Vital que, como consultor da Ademi-AL, foi um dos idealizadores do movimento “Imóvel é Mais Negócio”, para estimular as vendas do setor. 

Com a carreira iniciada na Casa Lavor (que até a década de 1990 era uma das principais vendedoras de material de construção), assumindo mais tarde o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Secretaria Estadual de Infraestutura, Vital diz que o volume de vendas da cooperativa deve-se basicamente à união entre os cooperados, à gestão de informações sobre o mercado e a um relacionamento de respeito e valorização dos parceiros e fornecedores. “Uma negociação, por mais dura que seja, tem que levar em conta o interesse dos fornecedores para ser sustentável”, diz Vital, com a experiência de quem já esteve do outro lado do balcão.