Jacarecica ou Barra da Tijuca? Torres de 20 andares mudam cara do Litoral Norte

Agendaa 2 de outubro de 2014

Condomínios com torres de 20 andares com amplas áreas de lazer privativas no térreo estão mudando a paisagem do litoral Norte de Maceió, de Jacarecica a Ipioca.

Como Plano Diretor de Maceió da capital, aprovado em 2005, permitiu que o gabarito das edificações na região (número de pavimentos) pudesse ser mais do que o dobro do da orla da Pajuçara e da Jatiúca (desde que o espaçamento entre os edifícios também aumentasse de acordo com altura), os novos lançamentos imobiliários com 20 andares ou mais começam a mudar a paisagem do litoral – ainda mais valorizada desde a inauguração do Parque Shopping Maceió, em novembro do ano passado.

Entre as maiores torres está o Riviera Alpha, da construtora Marroquim, com dois edifícios de 23 andares cada e quatro apartamentos (de 250 ou 186 m²) por pavimento. Vendido como a opção de prédio “de frente para a praia e de frente para o shopping”, o condomínio fica exatamente em frente ao Parque Shopping, na Cruz das Almas.

No mesmo bairro, ao lado do shopping, a construtora Cerutti construirá o Infinity Coast, com apartamentos menores, de 50 e 67 m², e um total de 160 unidades distribuídas em duas torres de 20 andares cada.

Já a construtora Moura Dubeux, conhecida em Pernambuco pela construção de espigões de até 40 andares no Recife, está erguendo de frente para o mar de Jacarecica duas torres do Sea Park Evolution. Com itens de lazer como piscina de borda e espaço “zen” e academia, os prédios de 20 andares estão sendo anunciados como o primeiro “home resort urbano” da cidade, com apartamentos variam de 72 a 141 metros quadrados, e previsão de entrega é para 2017.

Na ex-pacata praia de Guaxuma, a V2 construtora se prepara para entregar no final de 2018 o Gran Marine, com duas torres de 20 andares e 240 apartamentos no total, com opções de 114 e 145 metros quadrados.

De acordo com a Prefeitura de Maceió, todos os projetos seguem a legislação e estão de acordo com o Plano Diretor aprovado em 2005, ainda na gestão do ex-prefeito Cícero Almeida. Por exigência do Ministério Público, contudo, cabe à Prefeitura garantir equipamentos urbanos e vias de acesso às praias para a população, não permitindo que trechos da orla venham a ser, na prática, privatizados.

E ainda que o Plano Diretor possa ser revisto ano que vem, data prevista de sua revisão após 10 anos de aprovação, tudo indica que a paisagem da região jamais será a mesma.

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