Destino de inverno: Mar Vermelho ganha “pousada refúgio” comandada por suíço e alagoana

Agendaa 13 de agosto de 2019

Desde meados dos anos 1980, quando um pequeno condomínio foi construído em Mar Vermelho para alagoanos em busca de um refúgio serrano, parecia que a cidade do agreste alagoano a pouco mais de 100 quilômetros de Maceió rapidamente se tornaria um badalado destino de inverno no Estado – assim como Garanhuns e Gravatá, em Pernambuco.

Apesar do clima agradável de serra (temperatura média abaixo da de Gravatá), belas paisagens naturais e da melhoria do acesso com a pavimentação, há mais de 10 anos, da estrada de Viçosa até Mar Vermelho, a cidade, contudo, ficou muito aquém do seu potencial. Sem um circuito mínimo de hotéis, pousadas, restaurantes, mercados, enfim, uma infra básica para atrair visitantes frequentes, Mar Vermelho continuou esquecida – a não ser pelos shows anuais no Festival de Inverno.

A abertura recente de uma pequena pousada na área rural e a consolidação de restaurantes na região indicam, finalmente, que esse cenário deve mudar.

Distante pouco mais de 12 quilômetros do centro da cidade, a nova pousada Aromas da Serra quer se tornar uma referência de hospitalidade aliando a tranquilidade da serra com uma gastronomia à base de ingredientes locais. Aberta pelo casal Cristina e Jurg Hassenstein, uma alagoana e um suíço radicado no Estado há algumas décadas, a pousada está abrindo em fase experimental com apenas seis chalés e, ao menos por enquanto, não aceita crianças entre hóspedes.

“Sempre tivemos o projeto de replicar aqui no Estado a experiência e o conceito de hospitalidade de cidades rurais da Europa que unem conforto, simplicidade e respeito à comunidade e à natureza”, diz Cristina Hassenstein. “Acreditamos que a região tem um potencial imenso para desenvolver esse tipo de turismo”.

Além dos chalés com diárias de casal a partir de R$ 280 incluindo café da manhã, a pousada projetada pela arquiteta Julia Tavares é decorada com peças de decoração de designs como Rosa Piatti e conta com ampla área verde com redário, restaurante e um espaço gourmet chamado Taberna do Monge, onde os proprietários pretendem realizar eventos como degustações de vinhos e de cervejas alagoanas acompanhados de queijos produzidos no entorno, incluindo produtores especializados de outras regiões. No café da manhã, por exemplo, Cristina diz que o foco são produtos locais como leite, queijos, ovos caipiras, pães produzidos no local, até opções de “suco detox” com folhas e legumes colhidos na horta local.

“Queremos ajudar a fomentar uma cultura de parceria que reforce os laços entre os produtores”, diz. “Por isso mesmo, estamos conversando e nos unindo com produtores rurais, donos de restaurantes, enfim, todos que podem ajudar a fazer de Mar Vermelho um destino sustentável”.

Esse é o caso, por exemplo, do casal de mineiros Anaelia Camargo e Adeildo Barbosa que comandam, na cidade, o restaurante Serras Alagoanas, conhecido por pratos fartos de Minas preparados no forno a lenha que vão do tutu à galinhada, do torresmo a sobremesas como doce de leite, de mamão, entre outros (veja matéria sobre o restaurante no blog da Nide Lins, aqui).

Ao lado de outros restaurantes locais, como o de cozinha de fazenda da moradora Ana Claudia, ou nas proximidades, como o Trapiá, Cristina e outros empreendedores vão, pouco a pouco, abrindo Mar Vermelho para que visitantes de Maceió e de outros estados descubram que turismo em Alagoas pode ir muito além do sol e mar.

Mais informações sobre a pousada no telefone 82 99308-3701.

foto principal/ Nide Lins