Dois gigantes do atacarejo brasileiro disputam terreno do Parque da Pecuária em Maceió; entenda

Agendaa 1 de julho de 2022

O uso de parte de um terreno de 300 mil metros quadrados que inclui o chamado Parque da Pecuária, no bairro do Prado, em Maceió, está sendo alvo de uma disputa entre gigantes do varejo brasileiro. 

O Assaí Atacadista, do grupo Sendas, um dos maiores grupos atacadistas do país, entrou com um pedido de liminar na Justiça alagoana para impedir que o Grupo Mateus, rede fundada no Maranhão que vem se expandindo pelo Norte e Nordeste (e prepara a abertura de sua primeira loja em Alagoas), continue as obras de sua loja em construção no terreno que foi doado pelo Governo do Estado à Associação dos Criadores de Alagoas (ACA).

No pedido judicial, o Assaí Atacadista argumenta que o imóvel, localizado em uma região considerada estratégica para o setor, não poderia ter sido locado pelo fato de o terreno ser doado originalmente pelo Governo do Estado sob a condição de “não dar ao imóvel destinação diferente da promoção de atividades pecuárias em Alagoas, especialmente a realização de exposições de produtos de pecuária”, segundo Lei Estadual 2780/66. 

O Assaí Atacadista alega também que já havia firmado um contrato de locação para a mesma área com a ACA em 2014 – e que, apesar do total interesse e capacidade de investimento, a ocupação só não havia ainda sido concretizada pelo fato da empresa não ter recebido nenhum documento ou declaração formal do Estado que permitisse a locação da área doada para a nova finalidade – no caso, um supermercado. 

Por sua vez, em resposta ao pedido de embargo das obras, a Associação dos Criadores de Alagoas (ACA) alegou que, desde a assinatura do contrato com o Assaí Atacadista, em 2014, o grupo não demonstrou interesse, de fato, em concretizar o contrato, postergando a locação e impedindo a assinatura com outros grupos interessados, privando a associação de buscar recursos e alternativas para equilibrar sua receita – o que a fez procurar outros parceiros, como o Grupo Mateus.

A decisão sobre um eventual embargo das obras – e sobre se o Grupo Mateus poderá manter as obras no terreno doado pelo Governo para outra finalidade – agora está nas mãos da Justiça.