Uma das mais belas vozes de AL faz show de 50 anos de carreira e lança 1º álbum

Agendaa 30 de outubro de 2019

por Rodrigo Cavalcante

Não é um simples show.

É um acerto de contas com o tempo.

Quando entrar no palco no Deodoro nesta quarta, às 20 horas, em mais uma edição do Jazz Panorama Ao Vivo (que conta com o apoio do AGENDA A), a cantora Wilma Miranda lança seu primeiro álbum em 50 anos de carreira.

Isso mesmo: foi preciso meio século para que uma das vozes femininas alagoanas mais admiradas tivesse a oportunidade lançar seu primeiro álbum, Mar de Vazão.

Não à toa, o álbum de 12 canções, dividido entre canções de compositores alagoanos (Mácleim, Wallace Miranda, Fernando Fiúza e Júnior Almeida) e compositores nacionais (Cartola, Baden Powell, Chico Buarque) se encerra com a canção “Resposta ao Tempo” (mais conhecida na voz de Nana Caymmi), letra de Aldir Blanc e música de Cristóvão Bastos, pianista que este ano homenageou a alagoana ao acompanhá-la em apresentação do Jazz Panorama.

“É uma resposta ao tempo e acho que também a Alagoas que só nos últimos anos começou a valorizar um pouco mais os artistas da terra”, diz Weldja Miranda, irmã da cantora e produtora do show.

Onze anos mais nova do que Wilma, Weldja desde cedo se tornou fã da irmã que cresceu numa família musical ao lado de irmãos instrumentistas (como o violonista Welder Miranda, o Mirandinha).

Família musical não apenas pela figura do pai, o jornalista e radialista Haroldo Miranda, que fez história apresentando programas de auditório na Rádio Difusora ou entrevistando personalidades (como o próprio Pelé, na inauguração do Trapichão), como também pela mãe, Clélia Miranda, que tocava piano. 

E foi de tanto ver o irmão Mirandinha acompanhar a amiga e cantora Leureny Barbosa (Leureny se apresentou com Wilma nos últimos anos), que Wilma se motivou ainda mais a se dedicar ao canto ainda estudante do colégio Imaculada Conceição, onde integrou o coral da escola e mais tarde fez parte da banda Apolo XI.

Aos 17 anos, começou a participar de rodas de músicas de MPB, nos anos 1970 e 1980, marcou época num tempo em que Maceió ainda tinha casas que prezavam por uma programação musical (como o Bar do Alípio, Marina Morena, entre outros), assim como em participação em festivais, como o que defendeu, no início dos anos 1980, a música “Casa Nova Para André”, de Welder Miranda e Vera Romariz

Mesmo após se casar e mudar-se para São Paulo, onde morou por 10 anos, Wilma manteve o contato com a música não apenas aperfeiçoando técnica vocal (com a cantora Célia Regina Cruz), como em apresentações esporádicas, seja em congressos médicos internacionais ou mesmo em casas como Tango Mio, em Buenos Aires. Na década de 1990, voltou a frequentar os palcos de Maceió, estando presente na inauguração do Centro de Convenções, ou em projetos como “Elas Cantam Bossa Nova” e Chico Buarque e Mulheres de Alagoas, que foi apresentado até no Canecão, no Rio de Janeiro.

Graças ao incentivo de amigas como a cantora Leureny Barbosa, Wilma, que andava um tanto desencantada dos palcos, não apenas voltou a se apresentar, como reuniu forças para lançar seu primeiro CD, que estará à venda no Teatro Deodoro.

Um álbum que já nasce histórico.

 

SERVIÇO

Jazz Panorama ao Vivo – Wilma Miranda

Data, hora e local: nesta quinta (30 de outubro), às 20h, no Teatro Deodoro

Ingressos: Inteira – R$ 40,00; Meia – R$ 20,00/ Vendas antecipadas através do site www.jazzpanorama.com ou nas lojas do Ao Pharmacêutico, na Ponta Verde e na bilheteria do Teatro Deodoro.